Lula define Tarcísio como adversário para 2026 em meio a julgamento de Bolsonaro
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A Gazeta do Povo
9/5/20252 min read


O início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-SP) por tentativa de golpe de Estado, nesta semana, marca também um divisor de águas para a disputa presidencial nas eleições do ano que vem. De um lado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP), que já deixou claro que buscará a reeleição pelo campo da esquerda. Do outro, o principal candidato que irá representar a oposição ao petista na disputa eleitoral.
Até agora, o mais bem posicionado para um projeto presidencial pelo campo da direita é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP). Melhor posicionado nas pesquisas de intenção de voto e escolhido pelo Centrão, pelo empresariado e pelo agronegócio como candidato à Presidência da República em 2026 — além de ter sido eleito pelo próprio Lula como adversário principal —, Tarcísio tem intensificado a agenda de candidato ao mesmo tempo em que amplia gestos, falas e movimentos para conseguir a única coisa que falta para oficializar sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto, sem a qual a aventura eleitoral pode não ser viável: o aval e apoio oficial de Bolsonaro e família.
Apesar do julgamento em curso pela 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, e de estar declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até 2030, o ex-presidente reafirmava disposição de reverter a inelegibilidade e sair candidato à Presidência da República no ano que vem, antes de ser colocado em prisão domiciliar, no dia 4 de agosto.
Na última terça-feira (2), Tarcísio amanheceu em Brasília para acompanhar o início do julgamento do ex-presidente no STF e, segundo interlocutores, trabalhar pelo projeto na anistiaaos réus pelo caso no Congresso Nacional, em mais um gesto de apoio. Na segunda-feira (1º), já havia tratado do tema com o deputado federal Marcos Pereira, presidente do Republicanos, durante um café da manhã no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo. Pela noite, voou até Brasília e encontrou-se com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), com quem voltou a tratar do tema.
Em 25 de agosto, em um evento de comemoração de 20 anos do seu partido, o Republicanos, Tarcísio então discursou: "Nós precisamos de pacificação. E o Congresso Nacional tem papel fundamental nessa pacificação. E a gente não pode permitir que ninguém tire essa prerrogativa do Congresso. Essa prerrogativa pertence ao Congresso e o Congresso pode fazer gestos por essa pacificação”.
Quatro dias depois, defendeu a mesma ideia em uma agenda em Santo André (SP): "A gente tem conversado muito com lideranças acerca da tramitação do projeto de lei da anistia, porque a gente acredita muito nesse projeto como um fator de pacificação. Eu acho que dá para se construir um ambiente para aprovar isso, é algo que na história do Brasil já aconteceu diversas vezes", disse.
Em entrevista ao Diário do Grande ABC, no final de semana, o governador afirmou que daria o indulto a Jair Bolsonaro como primeiro ato, caso fosse eleito presidente da República: "Na hora. Primeiro ato", disse. De lambuja, acabou criticando o Poder Judiciário e o STF ao chamar o processo de "absolutamente desarrazoado”.
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