Caso Zaira: Defesa abandona o júri e julgamento é cancelado
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O júri do Caso Zaira foi cancelado no início da tarde desta terça-feira (3), após a defesa do réu Pedro Inácio Araújo ter abandonado o Plenário do Fórum Miguel Seabra Fagundes, em Natal. Com a saída da defesa, o Conselho de Sentença foi dissolvido e a sessão do júri deverá ser remarcada.
Os advogados do réu alegaram cerceamento de defesa, após terem perguntas indeferidas pelo presidente da sessão e que julgavam imprescindíveis para sua tese. Por outro lado, o Ministério Público alegou que tais perguntas poderiam ferir a dignidade da vítima, o que foi acatado pelo magistrado.
Após o cancelamento da sessão, o Ministério Público solicitou que sejam levantados os custos para realização do julgamento, com vistas a pedir eventual ressarcimento pela defesa do réu.
Com júris pautados até o mês de dezembro de 2025, a 2ª Vara Criminal de Natal deverá remanejar outras sessões para que possa realizar um novo julgamento ainda este ano.
O caso permanece em segredo de justiça.
O caso
Zaira Cruz, de 22 anos, foi encontrada morta no dia 2 de março de 2019, no sábado de Carnaval, no município de Caicó. O policial militar Pedro Inácio Araújo é acusado de estuprar e matar a vítima.
Inicialmente, o processo tramitou na 3ª Vara da Comarca de Caicó, mas a defesa solicitou e obteve o desaforamento para Natal, alegando dúvidas sobre a imparcialidade do júri na região do Seridó, devido à repercussão do caso. O processo conta com 7 mil laudas.
Por se tratar de um processo que tramita em sigilo de justiça, e para preservar a dignidade da vítima e demais dados sensíveis do processo, o acesso ao julgamento estava limitado a familiares da vítima e do réu.
Para o julgamento, estavam previstos 22 depoimentos, entre eles o do réu e das testemunhas de defesa e de acusação. O júri tinha previsão de ser encerrado na próxima sexta-feira (6).
Tribuna do Norte