Audiência pública evidencia fragilidade de contratos e uso político da mão de obra terceirizada

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Iva Soares

5/8/20252 min read

A Câmara Municipal de Parnamirim realizou no dia 6 uma audiência pública para discutir o contrato da empresa Solares, responsável pela terceirização de mão de obra na prefeitura. Após anos de silêncio e ausência, o empresário Caio Honório resolveu aparecer justo agora para tentar explicar o que ninguém mais engole: atrasos salariais, vale-refeição retido e um histórico de irregularidades que se arrasta há quase uma década.

No plenário, trabalhadores da Solares acompanharam a audiência. Na mesa, os vereadores Thiago Fernandes, Jonas Godeiro e Gabriel César. Também marcaram presença os vereadores Serginho Marido e Rarika Bastos, que protagonizou o momento mais contundente da audiência ao lembrar que a situação dos terceirizados não é nova e que já se arrastava inclusive no período eleitoral. E foi ainda mais cirúrgica e assertiva ao citar que o próprio empresário confessou ter sido convidado a trair seu grupo político, destacando que toda essa conversa gira em torno da negociação do povo, e não para o povo.

A cereja do bolo foi a fala de uma servidora que recusou o uso da tribuna alegando precisar antes falar com seu vereador. A frase, dita de forma espontânea, escancarou o que muitos fingem não ver: trabalhadores usados como massa de manobra, com medo de contrariar quem deveria defendê-los. O roteiro é velho, mas parece que só agora alguns resolveram ensaiar suas falas.

A verdade é que durante oito anos a empresa Solares e a antiga gestão municipal trituraram os direitos desses servidores. Salários atrasados, FGTS ignorado, demissões sem aviso e um vale-refeição que virou piada. A empresa funcionou como um cabide de empregos sustentado politicamente. E agora o empresário aparece com discurso de vítima, falando em perseguição? Conveniente demais.

Enquanto alguns descobrem agora uma indignação que chegou com anos de atraso, quem continua no prejuízo é o trabalhador. E o verdadeiro responsável, aquele que permitiu esse caos por tanto tempo, segue distante e em silêncio, deixando a bomba no colo da atual gestora. Pois é… herança se recebe com inventário, mas essa veio sem testamento.